RioCard e Jaé: Desafios para os passageiros e empresas

Jaé, nome que parece uma provocação ao cidadão, é o novo sistema de bilhetagem para transporte público no Município do Rio de Janeiro. Vem gerando transtornos ao cidadão e às empresas que tem funcionários residentes em outros municípios. Uma vez que impõe as empresas de transporte público, por consequência aos usuários, o uso exclusivo do bilhete municipal na frota. De forma autoritária, o prefeito Eduardo Paes, impõe ao Estado e aos municípios vizinhos seu sistema de bilhetes. Mas qual a justificativa para um sistema exclusivo do município?

Motivação

A principal motivação alegada para a mudança foi a necessidade de transparência e controle sobre os dados gerenciais do transporte público. Com o novo sistema, a Prefeitura do Rio de Janeiro passa a ter acesso direto às informações sobre o número de viagens e usuários por linha. Dados que podem ser solicitados ao sistema RioCard. Uma vez que o novo sistema é também prestado por uma empresa privada.

Descrição do Funcionamento

O novo sistema de bilhetagem eletrônica, chamado Jaé, permite a integração modal e intermodal nos modais municipais, como ônibus, BRT, VLT e vans. O valor arrecadado com as passagens vai para uma conta pública administrada pela Prefeitura, garantindo maior controle da prefeitura. No entanto, o sistema ainda não é integrado aos transportes estaduais, como metrô e trem, mas a prefeitura espera impor isto ao Estado até a nova data de implementação exclusiva, prevista para 1º de julho deste ano.

Justificativa para Abandonar o RioCard

Como justificativa para abandonar o RioCard e criar um sistema próprio, o prefeito alega falta de transparência e a dificuldade de obter dados detalhados sobre o funcionamento do sistema de transporte. Com o Jaé, a Prefeitura quer ter uma visão mais clara das operações e poder tomar decisões mais informadas. 

No entanto, o que vejo é aumento de arrecadação. Com exclusividade do bilhete no município, obriga às empresas que tem funcionários de outros municípios a pagar a recarga em separado, RioCard + Jaé. O que gera mais dispêndio de tempo de pessoal aos empresários com o transporte de funcionários. Ao mesmo tempo, gera uma receita extra ao município, tirando a parte do Estado.

Controvérsia

A integração simples de todos os modais de transporte público em toda a região metropolitana é o ideal. Reduz custos, aumenta a eficiência, melhora o trânsito. Sobre isto já dispus nos dois grandes artigos: “o paradoxo da rota” e “o paradoxo da passagem” sobre transporte público na região metropolitana do Estado. Ao invés de se criar um novo bilhete territorialmente limitado, se criar um sistema via máquina de pagamento que permita o usuário pagar além de com o RioCard e dinheiro, no débito ou PIX. Com impressão de passagem com prazo de validade calculado para transbordo entre redes municipais. Acabando com as linhas intermunicipais entre municípios vizinhos até 50km de distância.

Com a máquina de pagamento funcionando como uma central que de hora em hora calcula o valor correspondente a cada empresa.
Integração que atenda ao maior número de usuário, reduzindo custos é o que prefeitura e Estado precisam fazer. Foco no cidadão não na arrecadação.

 

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Ônibus: o paradigma da rota – Pauta do dia

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